Filipe foi um dos privilegiados a ouvir o “siga-me” de Jesus. Cristo havia decido partir para a Galiléia quando o encontrou e por meio de seis singelas letras convidou-o para uma caminhada. Entusiasmado, Filipe ao encontrar certo homem na estrada, de nome Natanael, afirmou: “Achamos aquele sobre quem Moisés escreveu na Lei, e a respeito de quem os profetas também escreveram: Jesus de Nazaré, filho de José”. (Jo.1:45)
Imagino que com o comentário de Natanael, o entusiasmo de Filipe tenha se transformando em espanto. Eis que o parecer foi: “Pode, porventura, vir alguma coisa boa de Nazaré?” Filipe não deixou por menos. Deu uma das mais brilhantes respostas que já vi na Bíblia Sagrada. Somente dois verbos: “Vem e vê!” As melhores respostas são sempre assim: curtas.
Jesus nasceu em Belém, porém foi criado em Nazaré, uma cidade na Baixa Galiléia (Lc 4:16). José e Maria habitavam lá quando o anjo anunciou a vinda do Cristo (Lc. 2:51-52). Pelos dizeres de Natanael, presume-se ter sido uma cidade insignificante. Tudo isso só confirma que segregação é coisa antiga, que o preconceito é ancião.
Você já foi desacreditado? Julgado por tua origem? Tuas roupas? Contra cheque? Não é segredo que muitos avaliam as pessoas pela cor da pele, marca do relógio, meio de locomoção, grau de instrução. Ledo engano! Tem muito pós-doutor nesse mundo que… Ah, deixa pra lá!
Já inventaram relógios de trinta mil reais, mas ainda não construíram um que conserte caráter. Por isso, quando olharem para você e te julgarem por condição social, intelectual, cultural, tenha em mente duas coisas:
Primeiro, Deus é o fator determinante da vida humana. Não são os nossos erros ou as falhas de nossos pais que determinam a nossa vida, não é o local em que nascemos ou fomos criados. Não é nosso cardápio diário ou o carro que dirigimos que diz quem somos. O único credenciado para afirmar o que o ser humano é não se chama Freud, Schopenhauer ou Sartre. Ele não é filósofo existencialista, Ele é, sim, o Autor da Existência.
Ele foi criado em Nazaré e definiu nossa vida na Cruz, derramou graça sobre nós e nos fez novas criaturas, novas em tudo. Por isso não somos o que as pessoas dizem ou pensam, somos o que Ele fez por nós.
Segundo, não se contente com a história. Já disse um grande teólogo que: “Todo mundo tem história, mas nem todo mundo faz história.” Fazer história é tornar-se protagonista da própria vida; é com a direção de Deus mudar o mundo, influenciar a sociedade; não para se tornar conhecido na história, mas para que você e a história se tornem um. Ou melhor, para que você e o Verbo sejam um só. Não importa de onde você veio, minha palavra hoje é: Coragem! Afinal, o Salvador não ficou conhecido como Jesus da Metrópole, mas sim Jesus de Nazaré.
Pr. Raphael Abdalla